sexta-feira, maio 23, 2003

 
Saddam convidado por Bush à Casa Branca

No final da retumbante vitória do F. C. Porto em Sevilha, já os festejos ecoavam fortes pelo céu da Invicta, num ressoar desde os Aliados mas que se fazia ouvir por toda a malha urbana da cidade, recebo um telefonema desgostoso. «Mas o que faziam os palhaços do Dias da Cunha e do Ribeiro Telles no estádio Olímpico? Isso era a mesma coisa que o Bush convidar a o Saddam para um almoço na Casa Branca e mostrar-lhe o arsenal que utilizou para mandar-lhe um pontapé no rabo e expuslá-lo de Bagdad. Ao menos os lampiões são verticais e assumem as diferenças clubísticas».
Este meu companheiro estava de rastos com o regozijo dos portistas, tanto mais que o Sporting visita as Antas na última jornada e o cenário está-se mesmo a ver: «vamos ser os cabeçudos. Levamos o cabeçudo-mor do Jardel para a ajudar o espectáculo» e ainda levamos uma salva de prata com a inscrição «Dos eternos amigos de Alvalade, os sinceros parabéns pela conquista da Taça UEFA».

Consolei-o, mas nem lhe disse que tinha ficado minimamente satisfeito com a vitória da dragonada. Quem merece, merece. E eles mereceram.

Hoje recebo este mail do mesmo amigo:
Meus Caros
O exemplo que vem de Glasgow, - dos indefectíveis do Rangers - para os invertebrados leões e lampiões que hipócritamente se sentam à mesa do lauto banquete da dragonada com uma alegação pateta: "nesta hora somos todos portugueses".

Dói, ainda assim, conceder que o exemplo mais ridículo venha da dupla Cunha/Telles, sorridente em Sevilha. Como se Saddam, de visita ao Pentágono a convite de Rumsfeld, 8 dias antes do início da guerra, não pudesse esconder o deleite pela visão imponente dos Tomahawks que o haveriam de decapitar.

No mínimo patético,
Saudações Leoninas,
JB



Rangers fans show their true colours
Old Firm other half revels in Seville defeat for Celts
WILLIAM TINNING
SOME habits die hard. Late last night, outside one of Glasgow's staunchest Rangers pubs, the Seville defeat was greeted with a mass conga in the street and chants of "Let's all laugh at Celtic."

Not a single tear of compassion was shed as the Ibrox faithful celebrated their Old Firm rivals' demise. Perhaps with an eye on Sunday's premier league deciding games, they also sang jubilantly: "You're going to win f... all."

Some two hours earlier, anyone who wandered into the Grapes Bar in Paisley Road West, Kinning Park, about a mile from Ibrox, would have been forgiven for thinking they were in downtown Oporto.

It was several thousands of miles from the city that built its foundations on the grape, but several Portuguese national flags, and blue and white flags in the colours of Porto, hung from the ceiling. Dozens of similarly-coloured balloons fluttered on the walls

The temporary allegiance of regulars in a bar that has become legendary over almost a century for its unashamed "true blue" support was illustrated by five dozen "Porto and Rangers" double-sided scarves.

Last night, beneath the tokens of support for the Portuguese side, also hung a treasure trove of memorabilia associated with Ibrox. Photographs from yesteryear of greats like Geordie Young, Tiger Shaw and Davie Cooper sit comfortably beside more recent heroes such as Ally McCoist and Dick Advocaat.

Shouts of "Come on the Porto bears" resounded every few minutes in the packed bar, where about 150 gathered to watch the drama unfold on a big screen.

Would they swallow their prejudice, along with theirs pints of cider, if Celtic had put Scotland back on the European football map with a victory in the UEFA final? The answer was a resolute "No".

Porto's first two goals led to the beer hitting the roof. Celtic's equalisers brought equally deadly silence. The winning goal in extra time drove them into "bouncy, bouncy" mode. When the final whistle blew, it was "conga time". Out both doors and on to the street.

Before joining the line, Angelina Donald, 38, known as "Mrs Caniggia" in Kinning Park, who has supported Rangers since she was a child, summed up the mood of all: "It's a dream come true."

Será do Guaraná?
posted by molin 9:04 da manhã

quarta-feira, maio 21, 2003

 
Povo que bates no Rio

Amigos...estou de volta neste dia memorável. Mesmo sendo sportingista dos sete costados (curioso...a minha camisola do leão é mesmo o nº 7 do Sá Pinto), sócio e accionista, hoje as minhas forças vão para Sevilha. Adoptei o Porto como minha segunda cidade e, por isso, sinto uma certa simpatia pelo clube do dragão. E como Portugal ainda não tem nenhuma Taça UEFA, que seja o F. C. Porto a trazê-la já que tem oportunidade para isso. Além disso, como eliminaram o Boavista, tem que haver vingança.

Mas não é sobre as emoções de logo à noite que quero falar. Estou verdadeiramente vidrado no rádio e não tenho ouvido outra coisa hoje senão queimar ainda mais o actual presidente da Câmara Municipal do Porto, e senhor Rui Rio. O autarca laranja deve estar sentir-se todo espremidinho só com as críticas que têm chegado de todos os lados. Ele é o Menezes, ele é Manuela Aguiar, ele é Nuno Cardoso, o homem não tem descanso. Tenta levantar-se de cada cachaço que leva e já estão a molhar a sopa de novo. Nunca vi uma pessoa ser tão atacada. Está um autêntico saco de porrada, um verdadeiro bombo da festa em plena parada. Mas, para ser sincero, não consigo sentir a mais pequena nesga de pena desse senhor. Perdoem-me a verdade de La Palisse, mas «quem semeia ventos colhe tempestades». E Rio não se tem cansado de espalhar essas sementes por toda a cidade, com a mania que não torce, só quebra. Até já nem vem a Lisboa às reuniões da Comissão Política Nacional para não ser confrontado com o eventual azedar das relações com Durão Barroso, que fez-lhe o favor de dar uma bela facada nas costas ao fazer questão de marcar presença no Estádio das Antas, na meia-final da Taça UEFA, frente à Lázio de Roma.

O presidente da Câmara Municipal do Porto mostrou, de novo, a sua garra ao continuamente recusar abrir as portas da edilidade na última jornada do campeonato nacional, para a simbólica comemoração da conquista do título pelos dragões. Por ser domingo, digo eu. Mostrou-se aberto para receber no dia seguinte, segunda-feira, dia de expediente, com direito a marcação de ponto e os adeptos que se preparassem, porque Rui Rio até era bem capaz de mandar concentrar os fiscais de trânsito da C.M. Porto na Avenida dos Aliados para estar atento às viaturas mal estacionados e aumentar as receitas com umas multas extras.

Em suma, a vida, de facto, não anda a correr de feição ao Rio. E, ou muito me engano, ou do mal o menos seria muito bom se o F.C. Porto ganhasse o «caneco europeu», porque mais vale tê-los contentes a chamar-lhe nomes do que enfurecidos à sua procura como bode expiatório de uma derrota que pode muito bem acontecer hoje à noite. Reze, senhor presidente. Reze por uma vitória azul e branca e se for preciso vá a Fátima. A lógica do meu amigo Cerqueirinha pode, muito bem, ser invertida. Ele dizia: «No mês em que todos vão a Fátima, Fàtima foi para o Rio e Rio não vai a Sevilha». E eu acrescento. «Se Rio for a Fátima, o Porto até
e pode vir com a Taça na mão, mas Felgueiras já não volta mais do Rio».
posted by molin 1:41 da tarde