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quarta-feira, maio 28, 2003

 
Justiça é cega mas não é surda

Hoje, no fresco matinal caminho para o trabalho, ainda não tinham dado as oito badaladas, ocorreu-me uma imagem, a propósito das escutas telefónicas que o juiz Rui Teixeira tem mandado fazer no caso Casa Pia. E porque os aflitos não sabem abafar o pio - pelo boca morre sempre o peixe... -, imaginei de imediato a conhecida estátua da Dona Justiça, com a balança na mão esquerda, a espada na mão direita, os olhos vendados e uns auscultadores nos ouvidos. Sinceramente, não me repudia o facto de haver escutas telefónicas a quem quer que seja porque, por mim ou pelo meu telemóvel - deitei abaixo a linha fixa (desculpa lá Vasconcellos Cruz!) -, simples cidadão, não passam segredos de Estado e muito menos conversas que indiciem práticas criminosas, financeiras e muito menos de outra espécie.

Mas não posso deixar de ficar surpreendido pelo facto de nem o Presidente da República nem o Procurador-Geral terem sido poupados aos grampeamentos tecnológicos das redes móveis. E o teatro de operações está tão bem montado que, a fazer fé que tudo o que vem hoje explicado no público não pode ser desmentido, então a coisa é feita mesmo em tempo real. É que estava Rui Teixeira a caminho da Assembleia da República para pedir o levantamento da imunidade parlamentar a Paulo Pedroso e já a PJ interceptava as chamadas de Ferro Rodrigues e António Costa a Souto Moura e Jorge Sampaio. Este último encontrava-se, inclusivamente, em Sevilha para acompanhar a final da Taça UEFA.

Tanta eficiência que até chega a acreditar. Mas este texto tem um propósito. No mesmo dia em que Paulo Pedroso deu entrada no TIC para ser interrogado no seguimento das investigações do caso que tem colocado Portugal nas manchetes estrangeiras - os alemães já dizem que Portugal é o paraíso da pedofilia, o que me parece um estúpido exagero germânico de quem vê o mundo quadradamente à moda de Kant -, José Manuel Fernandes, dizia que ou era um trágico dia para a Justiça portuguesa ou um dia muito negro para a política nacional. Em última análise, e porque a pesar de tudo ainda vivemos num Estado democrático e de direito, a Justiça é o último reduto em que um cidadão pode agarrar-se. Se não acreditar na Justiça, então mais vale emigrar ou entregar-se a uma ONG como voluntário vitalício não remunerado, a troco de comida e roupa.

Acreditar mas sem esquecer, no entanto, que até à decisão dos tribunais, todos os arguidos são considerados inocentes. Por muito que isso custe...como a mim, por exemplo. Que não consigo dissociar a imagem das práticas pedofilas aos que já cumprem prisão preventiva. E não consigo por uma simples questão: custa-me a acreditar que, quer a Judiciária quer juízes como Rui Teixeira, coloquem em causa a reputação de uma corporação policial com uma folha de serviços praticamente imaculada e muito menos um sistema de justiça que, por muito lento que funcione, não deixa de aplicar os seus princípios com rigor e a possível isenção. Quem, neste país, não tem orgulho da PJ?

A questão do igual tratamento para pessoas de estatuto público diferente nem vale a pena discutir. Isso deixo para os acérrimos canhotos.



domingo, maio 25, 2003

 
Estás perdoado mas põe-te a milhas...

Espero não ter de engolir estas palavras, mas se tiver de o fazer, acreditem, serão de fácil digestão. Depois de uma época de coração dilacerado, amargurado e desiludido com tudo o que se passou no reino do leão, fiquei estupefacto ao ver na primeira página do jornal A BOLA que Jardel pedia perdão. Desculpas pelo mau ano que atravessou e, por inerência, pelo que fez sofrer as hostes de Alvalade. Brincar com coisas sérias foi o que o cabeçudo andou a fazer o ano inteiro. Mas Jardel, pelo menos, garantiu o patrocínio da Portugal Telecom para o próximo ano. É que o brasileiro foi o principal responsável pela subida em flecha da tiragem do 24 Horas, com tantas primeiras páginas que as suas aventuras originaram no tablóide português. Ora, um activo desta natureza para o Sporting só pode ser uma mais valia para os investidores do operador histórico nacional de telecomunicações, principal patrocinador da equipa dos leões. Assim sendo, já estou a imaginar o telefonema de Miguel Horta e Costa a Dias da Cunha: «Meu amigo...mantemos o patrocínio ao Sporting, mas só se o Jardel cumprir o seu último ano de contrato».

Com Fernando Santos no comando técnico do plantel, temos o ramalhete composto para mais uma época repleta de êxitos, que é como quem diz, inaugurar o novo estádio Alvalade século XXI da mesma forma que nos despedimos do velhinho José de Alvalade: com um coro de assobios e com uns homenageados a receber as lembranças perante um estádio praticamente vazio.

Ai Sporting, Sporting...que tristeza invade a minha alma





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