Associação Cultural e Recreativa de Ideias 
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é mesmo uma questão de associação. ligar o preto com o branco, bloquistas com a juventude popular, fc porto com benfica, vodafone com a tmn, e descobrir que elvis, afinal, está vivo e desfruta de um tê-dois na praia da vagueira. faça o favor de limpar os pés antes de entrar, que a empregada da limpeza saiu para o ministério das finanças. livro amarelo: molin@aeiou.pt - aceitam-se insultos

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quinta-feira, outubro 16, 2003

 
O preço da felicidade

- Se vieres, por exemplo, às quatro horas da tarde, às três já eu começo a ser feliz. À medida que o tempo avançar, mais feliz me sentirei. Às quatro horas já começarei a agitar-me e a inquietar-me; descobrirei o preço da felicidade.
(...)
Foi assim que o principezinho cativou a raposa. E quando se aproximou a hora da partida:
- Ah! - disse a raposa... - Vou chorar.
- A culpa é tua - disse o principezinho -, não queria que te acontecesse mal; mas quiseste que te cativasse...
- É certo - disse a raposa
- Mas vais chorar! - disse o principezinho
- É certo - disse a raposa
- Então não ganhas nada com isso!
- Ganho sim.


Ganho a melhor recordação de ti

Para Ti



quarta-feira, outubro 15, 2003

 
Perfect Day

Just a perfect day
Drink sangria in the park
And then later, when it gets dark, we'll go home
Just a perfect day
Feed animals in the zoo
Then later a movie too, and then home
Oh it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you
Oh such a perfect day
You just keep me hanging
Just a perfect day
Problems all left alone
Weekenders on our own
It's such fun
Just a perfect day
You make me forget myself
I thought I was someone else
Someone good


Para Ti



terça-feira, outubro 14, 2003

 
De mãos dadas

Num abrir e fechar de olhos, dou por mim, de novo, à entrada de um enorme edifício térreo, bem caiado, de seis grande janelas divididas por uma porta castanha e imenso pátio rodeado de quatro árvores centenárias, que nem três adultos a conseguiriam abraçar. Há uma enorme agitação no pátio, ou não fosse o primeiro dia de escola motivo de verdadeiro histerismo infantil, com as mães mais preocupadas em saber se os meninos entram direitos na sala de aula do que propriamente saberem se é ali querem estar. Claro, outra coisa não seria de esperar depois de três meses a fazer pinturas com lápis de cera, em que nem as paredes brancas da sala escaparam à incontornável vontade de pôr a mochila às costas e rumar em direcção aos cadernos de duas linhas e aquelas caixas de madeira cheias de paralelipípedos, pirâmides, cones, cubos, esferas já riscadas dos mais velhos, fartos de saber que formas eram essas.
Com tanta algazarra, foi mesmo a ti que te vi, em vestidinho aos quadrados misturados em tons de castanho e vermelho, bem a condizer com a cor das folhas que anunciavam a chegada do Outono, mas que ainda não tinham começado, sequer a cair. Ao contrário de mim, que na pressa de chegar ao pé de ti, caí numa das pedras soltas do passeio e fiz a minha primeira esfoladela do ano, ainda nem sequer tinha tocado a sineta para o recreio. Mas eras a menina mais linda de todas as que entravam na escola. Ainda hoje sinto a pressa com que batia o meu coração, na esperança de teres um nome parecido com o meu para ficares sentada ao meu lado, todo o ano. Oh que bom, que era. Mas deixei-me, só, ir atrás de ti, sentindo o teu aroma fresco, que se confundia com a terra húmida da manhã, ainda cheia de orvalho. Gotinhas pequenas de água que vieram parar aos meus olhos quando ficaste duas carteiras à minha frente, pela estúpida regra de ficarem as meninas na frente e os rapazes atrás. Sorte a minha por seres Teresa, não fosses tu ser Ana e a distância ser ainda maior, o que faria, por certo, as gotinhas de água nos meus olhos transformar-se numa forte chuvada, pensado a professora que já estaria eu com saudades da minha mãe e ainda não tinha passado, sequer, uma hora desde o final da difícil tarefa de sentar todos em condições de dar as primeiras indicações de como funciona a escola. Até de costas gostei de ti. Não prestei atenção nenhuma, a mais nada. Só a ti. Não conseguia ver as tuas mãos, mas a forma como te curvaste sobre os cadernos a estrear deu para observar como a ponta do teu lápis se movia de forma graciosa por entre o recorte do teu ombro. Até a escreveres gostei de ti.
Mas tive vergonha de te falar. Tinha medo que só pelo modo com que me olhavas conseguisses perceber que gostava assim tanto de ti. E olhavas muito. E sorrias. Parecias perceber tudo o que queria dizer-te, mas não conseguia, e tantas vezes tentei. Passou o Outono. Cairam as folhas, veio o magusto, descasquei castanhas para ti e até infeccionei um dedo com um bocadinho de casca tirada mais à pressa que o normal. Nunca deixei que enfarruscasses as tuas mãos. E veio o Inverno e via-te de cachecol ao pescoço. Via-te de tantas maneiras e nunca pensei que estivesses feia. Eras a menina mais bonita da escola.
E veio a Primavera e as andorinhas voltaram a ocupar os ninhos, agora reconstruídos. As folhas voltaram a vestir as árvores e foi entre o chilrear dos passarinhos vestidos com fato de gala que ganhei coragem para ir ter contigo. O sol brilhava lá bem no alto e fazia os seus raios brilhar por entre os ramos até bater na tua cara, iluminando-a, dando-lhe uma cor saudável e ainda mais linda do que estava habituado. Queria que me saísse qualquer coisa bonita como tu, mas até as pedras calcárias gastas das escadas da entrada principal da escola me estavam a incomodar nos calções. Cheguei-me lentamente a ti e disse-te ao ouvido: "Sabes que gosto de ti?". Engoli em seco e até o pequeno almoço pesava-me como as pedras na barriga do Lobo Mau. Afastei-me para olhar para ti. Fizeste o sorriso mais expressivo que vi até hoje e deste-me a mão. Foi a melhor resposta que me podias ter dado, porque nunca mais largamos a mão um do outro. Sempre que levo a mão estendida para passar na cara, ainda me recordo do teu cheiro. Como se a minha mão nunca tivesse largado a tua.

Para Ti



segunda-feira, outubro 13, 2003

 
Cheiro de amor

De repente fico rindo à toa sem saber por que
E vem a vontade de sonhar de novo te encontrar
Foi tudo tão de repente, eu não consigo esquecer
E confesso tive medo, quase disse não
Mas o seu jeito de me olhar, a fala mansa meio rouca
Foi me deixando quase louca já não podia mais pensar
E me dei toda para você

De repente fico rindo à toa sem saber por que
E vem a vontade de sonhar de novo te encontrar
Foi tudo tão de repente, eu não consigo esquecer
E confesso tive medo, quase disse não
Mas o seu jeito de me olhar, a fala mansa meio rouca
Foi me deixando quase louca já não podia mais pensar
E meio louca de prazer lembro teu corpo no espelho
E vem o cheiro de amor, eu te sinto tão presente
Volte logo meu amor


Para mim



domingo, outubro 12, 2003

 
Às portas de um sonho

- Gostaria de saber se é aqui que se entra nos sonhos das pessoas.
- É sim, mas tem de especificar de que pessoa em concreto se trata.
- É da pessoa que me faz feliz durante todo o dia.
- As nossas desculpas mas só isso não chega.
- Mas a minha entrada é importante. Eu marquei encontro aqui e não posso faltar.
- Compreendo. No entanto, a entrada é por mérito e não por pedido. Volte quando estiver preparado
- Mas eu estou preparado. Além disso, é uma necessidade.
- Não há necessidade de se entrar no sonho de quem quer que seja. Cada um tem o seu e, quando muito, pode é haver partilha.
- Mas já partilhamos tanta coisa que um sonho será apenas a continuidade de tudo que vivemos durante o dia.
- Então se já partilham tanta coisa não vejo o mérito da entrada...
- O mérito está em querer comprovar que também eu faço feliz essa pessoa. E se assim for, deixa de haver sonhos partilhados para existir um só sonho. Dos dois. Para não precisarmos de ter de pedir para entrar. A confirmação poderá servir de livre-trânsito.
- Mas sabe que pode perder-se nessa procura.
- Assumo o risco. Porque o que tenho a ganhar é muito mais compensador do que a mágoa de tudo o que tenho a perder se não tentar encontrar. Além disso, se encontrar o que procuro, não vou precisar mais de livre-trânsito. Posso bem ficar para sempre no sonho e nunca mais voltar.
- Isso é que não pode ser.
- Poquê?
- Porque o sonho alimenta-se da realidade e quem não a viver acaba por perder, também, os seus sonhos.
- Então como sei que encontrei o que procuro para poder voltar à realidade?
- A partir do momento em que o sonho passa a ser realidade. E aí não precisa de voltar para lado algum pois já está onde deveria regressar. E se essa pessoa, na realidade, já existe para si, então é porque ela já entrou dentro do seu sonho.
- Mas eu quero é entrar no sonho dessa pessoa, porque ela, no meu, já sei que entrou. Vejo-a sempre.
- Faça o favor de entrar então.

Para ti





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