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é mesmo uma questão de associação. ligar o preto com o branco, bloquistas com a juventude popular, fc porto com benfica, vodafone com a tmn, e descobrir que elvis, afinal, está vivo e desfruta de um tê-dois na praia da vagueira. faça o favor de limpar os pés antes de entrar, que a empregada da limpeza saiu para o ministério das finanças.
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sexta-feira, dezembro 12, 2003
Rir da tristeza
Na inauguração da exposição de fotografia, no Hotel Porto Palácio, sobre desPORTO, onde estavam expostos alguns trabalhos de um comopanheiro meu de profissão, assisti a dois momentos hilariantes, que pouco têm para rir, a não ser da estupidez do seu interviniente.
O modo grosseiro como o nosso conhecido Major Valentim Loureiro se dirige às pessoas e reage a certos factos do quotidiano, merecem, sempre, um reparo especial, não por serem inéditos ou extravagantes - porque de facto, vindo de quem vem, já se pode esperar de tudo - mas porque têm o condão de surgir nos momentos menos apropriados e em frente de quem quer que seja, independentemente de se tratar da mais baixa brejeirice que alguma vez se pode imaginar.
A primeira situação tem a ver com uma das fotografias que estava exposta na mostra, que apresentava o ar choroso de Kenedy quando foi obrigado a abandonar o hotel onde estagiava a Selecção Nacional, por ter de regressar a Portugal devido ao caso de nandrolona detectado uns meses antes. O jogador do Marítimo estava vestido à civil, por trás da vidraça das portas electrónicas do hotel, onde se via a bandeira vermelha da China reflectida nos vidros. Comentário do major quando viu a fotografia: "Olha, olha, o homem dos dopings!"
Surpresos? Então leiam o que veio a seguir...
O jornal Record mandou uma das meninas do "Fanáticos" para tirar uma fotografia com o homem dos sete poderosos ofícios, ladeado do fotógrafo e do redactor que legendou as respectivas imagens. Quando Valentim Loureiro se abeirou de tão esbelta menina, arregalou os olhos e perguntou, sem pestanejar: "Não se vai despir aqui pois não?" Ficou tudo incrédulo a olhar para o senhor, com cara de quem não estava a entender o alcance de piada tão mal escolhida para a ocasião. Mas a explicação veio breves momentos depois, quando o seu assessor veio pedir desculpa pelo sucedido, "mas o major confundiu a menina com uma daquelas que ilustrava as revistas de domingo do Correio da Manhã", daquelas que apareciam nas páginas centrais, para que os camionistas pudessem retirar e colocar nas costas da cabine de semi-trailer, para os momentos de maior solidão na estrada.
Riso geral de quem estava presente a ouvir a explicação.
Vim embora do Hotel Porto Palácio a pensar cá para com os meus botões: mas afinal rimos de quê? Só se for da tristeza de termos pessoas como estas com poder a mais em Portugal. É que o major foi à inauguração na qualidade de Presidente da Área Metropolitana do Porto.
Lembrando o saudoso Fernando Peça... "E esta, hein?"
posted by molin
4:23 da manhã
quinta-feira, dezembro 11, 2003
Ainda sobre o Guggenheim em Bilbao...
Como bom português - assumo a responsabilidade solitária da decisão - decidi deixar o carro estacionado mesmo em frente ao museu, durante o tempo que o fomos ver, que passou as quatro horas. Tomando a capital do País Basco (Vasco em Castelhano, Euskadi no original) como qualquer cidade portuguesa, sobretudo o Porto - onde me recuso a pagar seja que tipo de estacionamento for (excepto os cobertos e os privados, onde foi investido dinheiro em infraestruturas de abrigo dos veículos) das Câmaras Municipais, aparquei a viatura e lá fomos à nossa vida, pouco preocupados com o zebrado amarelo, até porque estavam outros carros atrás do nosso, que indiciavam não ser totalmente proibido - vá-se lá saber o que quer isto dizer de totalmente proibido.
"Não, pode estacionar, mas nem sempre. Depende da chuva. Se estiver a chover, para não se molhar muito a deslocar-se ao museu, pode deixar. Em dias de sol, é que não", pensava eu no critério de estacionamento.
Bom, nesse dia estavam umas nuvens ameaçadoras, por isso, na dúvida, deixei. Até porque com chuva os fiscais não andam na rua a multar. Pelo menos, no Porto. São alérgicos. Eu nunca os vi.
Esquecemo-nos do assunto e as pinturas estranhas de Jean Dubufet - o homem do momento no Guggenheim - fizeram-nos concentrar noutro tipo de coisas.
Quando voltei tinha um papel no pára-brisas.
Wwwweeeeeeeeeeeeeee, fui multado em Bilbao. Saberemos nós entender quanto é que eles querem que eu pague?
Mas atenção ao pormenor: talão de computador e uma tabela das multas ,dividas pelo tipo de infração, DENTRO DE UM SAQUINHO DE PLÁSTICO. É outro luxo!
Pelo que me apercebi, eram só 12 euros por ter estacionado numa zona de residências, para a qual era necessário ter um cartão de morador que eu, obviamente, não tinha. Ora, um algum VASCO quis parar à porta de casa (mas que luxo abrir a janela de manhã e ver o caniche de amores-perfeitos idealizado e concebido por Jeff Koons, que está mesmo no átrio de entrada do museu) e chamou a polícia para me passar o respectivo convite ou foi algum fiscal que viu uma matrícula portuguesa num lugar reservado a moradores e decidiu zelas pelos interesses dos seus conterrâneos.
De uma maneira ou de outra, pensei em pagar. 12 euros não é muito, embora a multa tivesse sido pelo máximo pois havia de 6 euros, para a mesma infracção. Se é que eu percebi o que lá estava escrito. E foi por isto mesmo que eu decidi não pagar. Pensei eu: "E se os 12 euros são só de entrada? Um chamariz para nós irmos pagar de livre vontade e saimos de lá com menos um zero na conta, que era o que faltava à direita dos 12 euros estipulados?
Nunca fiando, até porque já estava de saída da cidade, pensei: se não pago em Portugal, porque haveria de vir pagar à terra dos etarras? Que me escrevam para casa a pedir contas.
Se algum dia receber uma carta do consulado espanhol no Porto, já sei do que se trata: querem os 12 euros!
Com direito a Eskarri Asko (muito obrigado, em basco!)
posted by molin
1:36 da manhã
quarta-feira, dezembro 10, 2003
Surpresas e notas soltas pelo ar
Confesso que conheço muito pouco de música clássica, a não ser o prazer de a ouvir com a atenção devida. Assistir ao último dos Concertos da Portugal Telecom, com excertos de obras de Handel, interpretado pela Akademie Für Alte Musik Berlin, com a participação da soprano Deborah York e do contratenor Robin Blaze, foi uma autêntica surpresa, pois de música barroca, então, nada sabia.
Mas o encanto começo desde cedo. A jovialidade e frescura da melodia encheram por compleo uma noite que já adivinhava ser perfeita, até pela própria companhia. O solista de violino foi um espanto, mas a mistura dos instrumentos de sopro utilizados foi deixando no ar as notas soltas para o grande deleite dos espectadores, em mim em particular, pela doçura com que recebi tais composições, mesmo as mais carregadas de um simbolismo litúrgico, que não deixavam escapar uma certa obsessão pelos temas religiosos (leia-se católicos, apesar do autor ter passado grande do seu tempo na protestante Inglaterra).
Gostei de ver o Rivoli cheio de um espírito que ainda hoje não consigo descrever, embora o desempenho do contratenor tenha variado entre o razoável e o bom, quando comparado ao da sua acompanhante, bem mais envolvente na forma como comunicou a música, pelo menos para mim.
Foi uma pena terem acabado os Concertos da Portugal Telecom. Por ter sido o fim, que acaba sempre por marcar o início de alguma outra coisa, deixo aqui dois agradecimentos:
Obrigado Teresa, pelos convites que me endereçou.
Obrigado Teresa, pela companhia que me fizeste e por teres dado mais um significado a algo que estava escondido na minha vida: o prazer de desfrutar tudo o que possa surgir, quando menos se espera. Como tu. A maior de todas as mais maravilhosas surpresas.
posted by molin
5:10 da manhã
terça-feira, dezembro 09, 2003
Ao senhorvertigem:
Em primeiro lugar, as minhas sinceras desculpas por ter apagado o post que continha o seu comentário, mas nunca me passou pela cabeça que algum dia, alguém conseguisse adivinhar do que se tratava o meu post, por ser o mais ambíguo que pude fazer.
Nesse sentido, segue o meu segundo recado para si: os meus sinceros parabéns! Por ter adivinhado do que estava a falar, pois tive o cuidado de consultar no google com algumas passagens mais denunciadores e mesmo assim nada me surgiu que indicasse ao que me estava a referir.
Era suposto ser uma surpresa e por isso não podia deixar o seu comentário no ar, senão estragava o factor X! Se é que me faço entender. Para não ser AINDA mais sectarista, decidi cortar o mal pela raiz e retirei o post mais o comentário.
A melhor homenagem que lhe posso prestar por ter adivinhado ao que me referia, é colocar o mesmo texto, que tão sabiamente acertou à minha pergunta Quem adivinha ao que me refiro?
O que me leva a concluir o que já devia saber de cor e salteado: nunca subestimes o valor de ninguém.
Museu Guggenheim de Bilbao
The choice of the city as the venue for one of the European centers is best understood in the context of the initiatives implemented by the local authorities as a contribution to the process of revitalizing the Country's recession-plagued economic structure. These initiatives were also seen as a means of increasing the chances of the city's metropolitan area becoming the major reference point for European regions on the Atlantic seaboard.
Agora pergunto eu: como é que o senhorvertigem conseguiu descobrir que estava a falar do Guggenheim?
posted by molin
5:39 da tarde
Sonho
Nunca uma expressão chinesa, que vi uma vez num filme, se aplicou tão bem.
Se tudo o que vivo é um sonho, então, por favor, não me acordem. Se for mesmo a realidade, então, que nunca me venha o sono para não deixar de a viver...
Não foi só nos Picos da Europa que estive. Estou no Pico do Mundo.
posted by molin
1:16 da manhã

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