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é mesmo uma questão de associação. ligar o preto com o branco, bloquistas com a juventude popular, fc porto com benfica, vodafone com a tmn, e descobrir que elvis, afinal, está vivo e desfruta de um tê-dois na praia da vagueira. faça o favor de limpar os pés antes de entrar, que a empregada da limpeza saiu para o ministério das finanças.
livro amarelo: molin@aeiou.pt - aceitam-se insultos
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quinta-feira, fevereiro 05, 2004
A ditadura das audiências
Andava eu descansado da vida, em plena baixa do Chiado, por volta das 11 e meia da manhã, quando começo a perceber que havia demasiada gente com o "Jornal de Notícias" debaixo do braço. E pensei logo para comigo: Muita coisa mudou no jornalismo português e nos hábitos de leitura dos lisboetas. Habituados, desde sempre, aos formatos de tablóide, que fizeram do Correio da Manhã o verdadeiro sucesso que se conhece e que o 24 Horas soube repetir a dose para atingir os níveis de tiragem dos quais, actualmente, se pode orgulhar, parece-me que há aqui qualquer coisa que não está a bater certo. Estarei mesmo em Lisboa ou o Porto em peso decidiu, como eu, passear na agradável manhã pela Rua do Carmo?"
Mas foi no Largo do Chiado que percebi tudo. Claro, só podia. Estavam a oferecer exemplares da edição do dia às pessoas que por ali passavam. Funcionários dos quiosques nas redondezas, mas supervisionados por outros dois ou três elementos, com coletes azuis do JN, que deviam estar a controlar a distribuição gratuita.
Ora, detive-me por um pouco e comecei a pensar: "das duas três, o JN está a baixar nas vendas e a Lusomundo, ou a PT Multimédia, ou o próprio Grupo PT, quer dar um safanão na coisa e decidiu começar mesmo pela capital, ou então, mais seguro ainda, querem partir em busca de um terreno nunca dantes alcançado, pois até na Imprensa se vê a divisão que existe entre o Norte e o Sul do País".
Mas será o JN um título que necessite de recorrer a este tipo de expedientes? Certamente que, há uns anos, Freitas Cruz preferia deitar-se abaixo da Torre de Gonçalo Cristovão a ter de oferecer o precioso produto que marca a diferença no tipo de público a que este jornal se destina. Mas hoje as coisa são bem diferentes. Também a crise está a chegar a quem não se pensava (penso eu!) e há que fazer de tudo para tentar conseguir absorver o mais pequeno nicho de mercado que seja. Isto é, estamos a evoluir de um estádio a que Louis Porcher denominou de "O Caminho da Ditadura dos Media" para a fase seguinte, que se poderá chamar "O Caminho da Ditadura das Audiências". Pois se do primeiro já ninguém tem dúvidas que ele existe, o segundo está garantidamente a ser seguido pelo preverso mediatismo a que assistimos diariamente, em alguns órgãos de comunicação, a certos casos do quotidiano. E quanto ao trilho deste "segundo" caminho, lembro-me de uma música da Maria Bethânia, que dizia a certa altura: "Até quando..."
posted by molin
1:53 da manhã
terça-feira, fevereiro 03, 2004
Images of her sadness
Pablo Picasso
posted by molin
1:07 da manhã
segunda-feira, fevereiro 02, 2004
Discussão metafísica
Hoje proponho algo de novo para animar as hostes da ACRI (Associação Cultural e Recreativa de Ideias, caso ainda não tenham reparado na manchete do blog - eu sei, não é muito feliz e tão-pouco tem a ver com o elvis, mas eu também não disse que tinha de estar relacionado...)
Pois bem, deixo à consideração a seguinte frase do senhor Abraham Lincoln:
Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz
posted by molin
3:29 da manhã
domingo, fevereiro 01, 2004
Balbúrdia total
Por acaso, este título faz-me lembrar de um livro simplesmente divinal do pouco conhecido Tom Sharpe, chamado "Balbúrdia na Cidade", que é muito divertido, embora o "Filho Bastardo", do mesmo autor, seja melhor - humor mais brejeiro mas bem mais apurado -, tenha sido dos livros mais hilariantes que já tenho lido até hoje. E lembrei-me da balbúrdia pela história que vos conto a seguir.
Peço desculpa não ter revelado antes, mas também eu estou sujeito a sigilo profssional. Aliás, esta história, penso eu, até contada, nem dá muito para acreditar. Mas tomem atenção atenção que é verídico. Tão verdade que eu até vou dar os nomes aos animais, pois isto parece mesmo uma autêntica selva.
Futebol, meus caros. Tudo isto se passa no mundo do nosso futebol.
Na quinta-feira passada, ainda imbuídos pelo espírito do desaparecimento do malogrado Fehér e já em passagem para o extâse total de estarmos às portas de um quentinho Sporting-FC Porto, há um assunto que marca, também a actualidade futebolística nacional: é que o prazo de inscrições na Liga para novos jogadores ou, como se diz na gíria, para os reforços de Inverno, terminava a 31 de Janeiro. Até aqui tudo bem, não fosse o facto dessa data calhar a um domingo e todos os processos burocráticos relativos às respectivas inscrições tivesse de ser antecipado para o dia útil anterior, ou seja, sexta-feira, dia 29.
Bem, a confusão começou logo aqui. Na terça-feira estive em Ofir com o presidente do Gil Vicente, Abílio Martins, que em garantiu que, nestes casos, calhando o último dia do mês num fim-de-semana, o prazo seria automaticamente alargado para o primeiro dia útil seguinte, isto é, dia de Fevereiro.
Muito bem. Tendo eu ficado satisfeito com a explicação, retive a ideia que o prazo terminaria só na segunda-feira. No entanto, nestas coisas do futebol, não podemos dar nada como dado adquirido e é aqui que está a graça e o ridículo da situação.
Na quinta-feira à noite, em alegre debate de redacção a propósito do referido prazo, o meu colega que esteve com o Paços de Ferreira garantiu que o prazo terminava na sexta-feira, pois tinha sido feita uma chamada, na sua presença, para os serviços da Liga que informaram disso mesmo. Limite de inscrições até sexta-feira e ponto final parágrafo.
De certeza? Nestas coisas há sempre quem defenda os seus pontos de vista, eu limitei-me a dizer o que tinha conversado com o presidente do Gil Vicente. Por vias das dúvuidas, decidiu-se ligar para o Secretário-geral da Liga, Emanuel Medeiros, para que fosse, de uma vez por todas, esclarecida a dúvida. Recordo que isto foi na quinta-feira.
Sucesso no telefonema. A resposta não podia estar mais de acordo com tudo o que tínhamos acabdo de discutir: a Liga não sabe se o prazo terminava na sexta ou na segunda porque a Federação iria decidir isso no dia seguinte, sexta-feira, dia em que supostamente iria terminar o prazo, ou não. Isto significava que nem a Liga sabia, no dia anterior, se as inscrições iriam fechar... no dia seguinte.
Bom, o desfecho já todos sabem. O prazo para as inscrições foi alargado até segunda-feira, mas só até à hora do almoço. Argumento apresentado por Madail e seus pares: tem a ver com o fuso horário de outros países extra-comunitários, que podem enviar os respectivos certificados internacionais, limitando assim os clubes portugueses às possibilidade de reforçarem os seus plantéis.
Mas ainda dou mais uma achega sobre este assunto. Na sexta-feira, no Casino da Póvoa na comemoração dos 88 anos do Varzim, falava com o presidente do clube, Luís Oliveira, que me dizia: «a situação é tanto ou mais vergonhosa se tivermos em conta que, aqui ao lado, em Espanha, houve um ano que os serviços da Liga estiveram abertos sábado (todo dia, até à meia-noite) e domingo (até à hora do almoço) para que fossem tratadas todas estas questões de transferências. Só me resta concluiur que, em Portugal, ao abrigo dos regulamentos, não se quer é trabalhar».
Mas que conclusão fantástica a que o senhor chegou. Acham mesmo que é isso? Naaaaaaaa...
posted by molin
1:04 da manhã

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