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sexta-feira, fevereiro 27, 2004

 
Memórias da adolescência - Parte 1 (algo que ninguém vai ler)
What the music got to do with it?

Lembrei-me que podia, e muito bem, começar a contar experiências da minha adolescência. E estava a passar em revista os filmes da minha juventude, quando parei em dois que marcaram a minha vida de frequentador de cinema. Um foi o "Último Imperador" que já de si é um filme para demorar para cima de uns bons 200 minutos, agora imagine-se faltar a luz a meio da sessão. Digo-vos que entrei às 21.30 e só cheguei a casa às 3 da manhã. E o percurso foi mesmo casa-cinema-casa. Como se deve calcular, a minha mãe não acreditou (como nunca contei isto à minha mulher, acho que também ela não vai acreditar...). Mas foi mesmo verdade. Mas não é sobre o extenso filme do Bertolucci que vos vou falar. Mas sim do mito, da lenda (detesto quando dizem legenda), da figura ímpar, desse vulto, desse monstro sagrado do pugilismo de rua, do fundador do "olho de tigre" (há cada olho que mete medo): ROCKY BALBOA



Foi o delírio total no velho Teatro. De plateia e balcões cheios, à pinha (como diz a Maria Teresa), frisas todas vendidas cujos lugares nunca eram comercializados em sessões de filmes. Um acontecimento marcante. Era o penta rocky que estreava e eu estava lá. Sentia-se uma tensão no ar. Depois do amigo do Rocky, Apolo, (Carl Weathers) ter morrido no tapete, nas luvas do arqui-inimigo russo Ivan Drago (Dolph Lundgren), o nosso herói decidiu vingar-se do comuna fabricado de esteróides anabolizantes e catalisadores em pleno território rival. A preparação foi dura mas a resposta valeu a pena, quanto mais não seja pela reacção dos espectadores. É claro que no combate final, para dar mais luta e provocar ainda mais a ira dos presentes, o russo começou por dar uma coça no americano. Encheu-o de porrada. Ao segundo assalto, Rocky já tinha o aspecto que está na capa do filme (esta mesma que foi apresentada!). Mas assim ficou até ao fim do filme. E quando toda a gente pensava que o russo ia comer o segundo americano de cebolada, desta vez em casa e perante o olhar de Gorbachov (sim, arranjaram um gajo com o mesmo sinal inconfundível, tal e qual o pai da Perestroika), o italiano renasce das cinzas. No primeiro golpe de canhota aplicado ao soviético, ouviram-se uns tímidos "É assim mesmo!" na sala. Mas o melhor estava para vir. O Rocky começa a arrear forte e feio no Ivan que, quando o bicho foi ao tapete pela primeira vez e com uma sobrancelha a sangrar, o público não se conteve e desatou a bater palmas. E eu pensei: será isto já o cinema do futuro? Virtual? Estaremos nós em Moscovo a assistir mesmo ao combate? A música apoteótica galvanizou ainda mais a assistência. Os assaltos sucediam-se, as imagens sobrepostas dos dois pugilistas, com a dor e o sofrimento mais a sede de vingança chapadas nos focinhos, à mistura com os pingos de sangue e suor a escorrer da face, confundiam-se com os gritos histéricos da multidão (desta vez era mesmo o público pago para fazer o papel de russos a aplaudir o combate nas filmagens). O treinador (não percebi para que serve o treinador em boxe, mas tudo bem) negro (claro!) aos berros "No pain, no pain!", tudo num acumular de emoções que, chegado o 12º assalto e derrotado o russo por k.o. no último segundo do combate, fez explodir o público (desta vez o que estava a ver o celulóide, no cinema) num acto contínuo pela plateia... tudo de pé a aplaudir o vitorioso amerciano Rocky Balboa, envolto na bandeira, a chorar.

Mas bonito bonito (para além das Pirâmides do Egipto e outras coisas mais, como as músicas do Tozé Brito) foi o discurso final do herói: "Estou muito feliz por estar contente e hoje estiveram dois homens a lutar para defender os seus países. Mas mais vale sermos só nós do que o país inteiro, um contra a o outro. Eh pá... aquilo é que foi... ovação da noite. Nem o Benni McCarthy, nas Antas, quando foi substituído no jogo com o Manchester, conseguiu arrancar tantas palmas da mesma assistência. Foi o coroar de Sylvester Stallone. Um Óscar para o homem, se faz favor. Querem mensagem mais bonita que esta? Óscar? Nobel da Paz IMEDIATAMENTE!

Podem pensar que eu exagerei, mas isto passou-se mesmo em 1985 (ano de estreia do filme) numa cidade, capital de distrito, perto de onde eu sou natural. E não é Guarda, Viseu, Bragança ou Castelo Branco.



segunda-feira, fevereiro 23, 2004

 
Peregrinos em terra santa

Os católicos bem podem desvalorizar as rumagens a Fátima, Lourdes ou à Praça de São Pedro, ao assistirem à devoção muçulmana em tempo de Hajj - peregrinação a Meca. Curioso é saber que, segundo diz o Corão, todos os crentes em Alá devem marcar presença em Meca, nem que se seja por procuração! Mas como não há nada como ir em vez de mandar, depois dão-se situações destas:



Reparem na quantidade de prédios (possivelmente hotéis) que existem em volta da mesquita mais sagrada do mundo, a Haram, onde está a Caaba (Cubo), que por sua vez contém a pedra sagrada. Mas nem todos os muçulmanos têm posses suficientes para ficar bem instalados em alojamentos de cimento e tijolo. Mas nem por isso deixam de viajar e depois acontece isto:



Para quem não consegue perceber, são tendas.

A pedra sagrada que os muçulmanos veneram, supostamente, foi um meteorito que caiu e que os árabes atribuem a uma oferta divina a Abraão. Segundo manda a tradição, os peregrinos devem dar sete voltas à Caaba e, no fim, beijar a pedra sagrada. Curiosamente, dos beijos dados ou da reacção química provocada pela entrada do meteorito na atmosfera, o que era branco ficou preto. Mas explicação religiosa é engraçada: a transformação da cor deve-se ao facto da pedra absorver os pecados de quem a beija. Um pouco à semelhançaa da maça de Adão, pequena saliença que os homens têm na garganta... e as mulheres não. Tentação, dizem! Ou ainda situação idêntica à purificação conseguida através do baptismo.

Mas os rituais não se ficam por aqui. Na mesquita existem três pilares, que representam o demónio, aos quais os muçulmanos têm de atirar 49 pedras.



A fé é algo socialmente transversal



E move montanhas... de multidões



Para mim, a religião continua a ser uma manifestação do ser humano incontrolável e incompreensível. Mas a necessidade de acreditar no divino existe, em diferentes proproções, em cada um de nós. A religião é, na minha opinião, indissociável de meras questões culturais.

 
Adeus título, Viva o Campeonato da 2ª Circular

Meus amigos, é com profunda tristeza que aqui venho admitir que o título de Campeonato Nacional do futebol português da época 2003/2004 acabou, este fim de semana de ser perdido pelo meu clube. Recuso-me a falar nos naturais beneficiados, lamentando apenas o facto da minha equipa ter resvalado no arroz de cabidela e, kaput, foi a morte dos artistas. Ponto final parágrafo.
Dito isto, resta-me regozijar com o primeiro lugar do campeonato privado da segunda circular: a equipa do clube-que-tem-um-estádio-que-mais parece-um-quarto-de-banho segue destacado na liderança do verdadeiro título nacional. Sim, porque se o clube do estádio-anteriormente-desrelvado já não tem adversários à altura neste país, deixou de contar para a contabilidade nacional. Aliás, perdoem-me os companheiros portistas, mas a dor de cotovelo da grandiosidade dos sulistas sempre foi tanta que, de facto, nunca contaram mesmo para nada. Só para os rebaixamentos subliminares que faz aumentar exponencialmente a mania da perseguição que já têm! O discurso é simples mas sempre foi o mesmo: tudo contra nós, nós contra todos!

Saudadações leoninas





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