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segunda-feira, março 15, 2004

 
Será demais pedir a taça?



O Hino da Galp já nos faz acreditar que somos capazes de sacar o caneco, com a ajuda dos árbitros, claro! Seleccionador já temos! Boa marca de equipamentos também. Jogadores são os melhores e sentem-se em casa. Que mais precisamos? Nada. Só mesmo aprender a música e andar a cantá-la pelos quatros cantos do país! Eu quero MUITO MAIS!

Está tudo pronto? Dá-lhe gás!

Três, dois, um, vai arrancar
uma espécie de hino em versão popular
sem essas coisas de mão no peito e ar pesado
Em 2004 o campeonato vai mudar o nosso fado
do coitado, do comido
Porque é que o país se queixa do que podia ter sido
Mas nunca é. E a culpa nunca é nossa
é do árbitro, é do campo, é de quem nos deu uma coça.
Chega. Queremos mais, é um murro na mesa.
Um grito do Ipiranga em versão portuguesa.
Porque até hoje, quase marcámos, quase ganhámos, quase fizemos?
Mas porquê quase? Passemos à próxima fase.

(Refrão)
Marca mais!
Corre mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!

O conceito é muito simples: não desistir.
Mas será que é chato aquilo que acabamos de pedir?
É chato agora, acreditem no que digo:
nós jogamos em casa e contamos com o Figo,
o Rui Costa, o Deco, o Simão e o Pauleta.
Razões para querermos muito mais que um lugar que não comprometa.
Será de mais pedir a taça?
Nada que um adepto com orgulho não faça.
Bonito, bonito, é dar o litro,
É não passar a vida a pôr culpas no gajo do apito.
Vá lá gritar noventa minutos, cento e vinte, o que for
do princípio ao fim, por favor.
Vamos lá, afinem-me essa voz
No fim, só ganha um... e temos que ser nós.

Marca mais!
Corre mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!

Joga mais!
Sua mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!

Nem custa tanto assim imaginar a vitória
no fundo, é só uma soma de momentos de glória.
Era bonito. Um abraço aqui, um abraço ali
Abraço toda a gente, abraço quem nunca vi.
Vamos lá transformar isto numa grande festa
Sem pressão, Selecção, és a esperança que nos resta
Por isso, escuta: não te esqueças que a sorte protege os filhos da luta.
Não nos levem a mal a exigência
Mas pra empates e derrotas não há grande paciência.
Queremos mais, muito mais, menos ais
Scolari, já vimos do que cê é capais.
Cê sabe que para ganhar é preciso ter fé.
E a bola no pé.

Yo.Querem mais?

Então vamos lá outra vez
Quem não salta, não é português
Sempre com o desejo de cantar na final
"levantai hoje de novo o esplendor de Portugal".
Tudo a postos,
vamos ter fé uma vez na vida
e acabar o europeu de cabeça e de taça erguida.
Se temos saudade, temos vontade, temos saúde, temos atitude
Se temos tudo, de que é que o português se queixa?
Era esta a vossa deixa.

Marca mais!
Corre mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!

Joga mais!
Sua mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!


P.S. Quem quiser o ficheiro com a música completa (3:56) faça o favor de pedir pelo mail que eu mando. Mas aviso que tem 3,8Mb e está gravado em formato WMA (Windows Media Audio file). Ou seja, disponível para quem tem uma caixa de correio electrónico bem gorda! Obesa!



domingo, março 14, 2004

 
Memórias da adolescência - Parte 2

Um sarilho com um novelo



Não sei se era assim em todos os liceus, mas no meu, as turmas A's eram sempre dos sobredotados (forma de expressão) e as turmas B's da escumalha. As restantes eram uma mistura sem sentido, verdadeiras excepções que confirmavam as duas regras que referi anteriormente. Nunca entendi muito bem qual o objectivo de tais critérios, mas o Roberto Carneiro, na altura, lá sabia o que andava a fazer. Até na PGA (Prova Geral de Acesso, lembram-se?) o gajo foi inteligente, mas foi inteligente demais para o tempo em que tomou conta da pasta da Educação. Aliás, digo-o, sem qualquer tipo de vergonha - vejam bem como fiquei traumatizado pela resposta que dei a uma pergunta de escolha múltipla... - nessa célebre prova, numa pergunta de antónimos, resolvi dizer que o contrário de ufano era profano! Espectáculo: três pontos para o País de Gales!

Mas lá estou eu a desviar-me do assunto.
A minha turma no 8º ano era de tal forma bem comportada que, no carnaval, o conselho directivo do liceu decidiu proibir o uso de qualquer tipo de bombas, nem mesmo aquelas em que o pessoal raspava na parede, fechava as mãos em concha, e parecia que estavamos a fazer pipocas. Como sempre, mandavam os contínuos (hoje auxiliares de acção educativa!) ler o comunicado nas diversas turmas do liceu. Pois à minha turma veio o próprio presidente do conselho directivo ler o despacho oficial do grupo de pensantes lá da escola. Não obedecer aos novos regulamentos dava direito a umas temporadas em casa (suspensão) ou se o caso fosse mais grave, dava mesmo direito a expulsão.
Eh pá... isto é sério, pensou a malta quando o meio-leca (não tinha mais de metro e meio mas era mau como as cobras!) saiu da sala.
Isto para demonstrar a estirpe (este termo ficou-me de vivências recentes...) da nossa rapaziada. Eu e o Rui Pedro éramos bons rapazes, não faziamos as coisas por mal, mas a brincadeira não tinha limites.
A segunda-feira era sempre o pior dia. Havia aulas das 8.30 às 12.25 e das 14.30 às 18.15 horas. À última hora já ninguém tinha pachorra. E para grande azar meu e do Rui Pedro, era Inglês, disciplina para a qual não precisavamos de prestar a mínima atenção. Sobretudo porque vínhamos de duas horas de Trabalhos Oficinais e a paciência para a olaria, carpintaria ou mecânica não podia ser a melhor, porque antes mesmo tinha havido uma hora de Religião e Moral, disciplina para a qual a minha mãe, imcompreensivelmente, nunca me dispensou. Nem a minha nem a do Rui Pedro. Ou seja, companheiros até na desgraça!
Um dia, vindos de Trabalhos Oficinais, mas em período de tecelagem, resolvemos trazer um novelo de lã para a aula de Inglês. Vermelho. As carteiras eram individuais, daquelas que levantam o tampo e até têm dois orifícios redondos, que servia para colocar os tinteiros, quando ainda se escrevia de pena nas escolas! As cadeiras estavam alinhadas em filas, pelo que faziam corredores desde o fundo da sala até ao quadro de lousa, colocado num estrado acima do nível da sala de aula, ao lado direito da secretária da professora: Que para grande aproveitamento nosso, era uma pobre estagiária que, de vez em quando, recebia a visita da orientadora para ver se conseguia controlar a turma com a pior fama (mas sem o proveito) daquele liceu.
Pois eu e o Rui Pedro apanhámos a rapariguinha de costas para a sala - estava a escrever o summary no quadro - e resolvemos atar uma ponta do novelo de lã a uma cadeira do canto, entrelaçar o novelo pelas carteiras e fazer da sala uma gigante teia de aranha! Ninguém se descoseu durante a operação de tecer a rede, mas quando a estagiária se virou e viu a sala naquele estado, quase caiu fulminada no chão.
Foram minutos de autêntico sufoco, pois a míuda parecia possessa por algum demónio. Ficou da cor do novelo, talvez um pouco mais avermelhada. Ameaçou toda a gente com falta disciplinar e eu e o Rui Pedro, que tínhamos feito aquilo com a melhor das intenções, apenas para saborearmos todos um momento de boa disposição, depois de um dia de cão, resolvemos dar o corpo ao manifesto (foi ele que se levantou primeiro e eu fui atrás) e fazermos o mea culpa.
Foi a minha única falta a vermelho na vida. Mesmo assim tive 4 no final do ano. Adivinhem lá porque não foi 5 (nota que nunca consegui na vida)?

P.S.1 Houve rebentamentos de bombas na escola, no carnaval desse ano, mas não foi nenhum aluno do 8º B.
P.S.2 - Lembrei-me agora que não havia ano nenhum que não houvesse ameaça de bomba e o liceu não tivesse que ser evacuado para ir a Brigada de Minas e Armadilhas da PSP fazer um levantamento do local. E o liceu era enorme. É óbvio que o telefonema era feito ao início da tarde para a malta ir para casa mais cedo. Também posso assegurar que nunca nenhum aluno das minhas turmas B's foi responsável por esses telefonemas. A malta tinha princípios, fosca-se!





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